O que era mais virou menos
O que era menos virou demais
Exageros, friezas
Um em cada ponta
Na linha que aponta a intolerância
Teceu nulidades aos corações
E o meio termo ficou ali, esquecido
Desavisado de ser quem é
Ou de não ser, quando quer
Meios termos não são metades
Metade é o meio do caminho
A meia maçã, a meia do pé
Meio termo é consciência
Sensatez, saber ceder,
Aceitar o outro como ele é
Crer que ao final do caminho
O pote é de ouro, não de espinhos
E pra isso há de se ter fé
Na eterna busca de meios termos
Não quaisquer
Mas que tragam em si
A lucidez de ser o que a gente é
Inteira a mente.
Vanessa Zordan