domingo, 9 de maio de 2021

 

TEXTO 1

“O ambiente virtual torna-se um caminho para que os adolescentes encontrem contribuição à formação de sua identidade, o que pode ser considerado como mais uma possível causa de sua dependência. Dessa forma, aspectos como número de amigos, identificação com perfis, sentimento de pertencimento a algum grupo contribuem para que esses jovens sintam cada vez mais necessidade do espaço virtual. Para eles, é importante estarem conectados, pois nesse universo tecnológico conseguem, mesmo que fantasiosamente, sentirem-se únicos.”

O termo "Para eles" se refere a qual elemento anteriormente citado no texto?

a)   a)    Aspectos

b)   b)  Número de amigos

c)    c) Os adolescentes

 

TEXTO 2

“A internet tem se tornado atualmente o objeto de dependência de muitos adolescentes, o que causa preocupação a seus pais. Essa dependência tem tido como mola propulsora o fato de oportunizar aos jovens interação e, ao mesmo tempo, atraí-los pela dinâmica das informações e pelos entretenimentos como redes sociais, jogos, vídeos, podcasts, dentre outros. O ambiente virtual torna-se um caminho para que os adolescentes encontrem contribuição à formação de sua identidade, o que pode ser considerado como mais uma possível causa de sua dependência. Dessa forma, aspectos como número de amigos, identificação com perfis, sentimento de pertencimento a algum grupo contribuem para que esses jovens sintam cada vez mais necessidade do espaço virtual. Para eles, é importante estarem conectados, pois nesse universo tecnológico conseguem, mesmo que fantasiosamente, sentirem-se únicos.”

O texto acima está:

a)   a)  Em linguagem coloquial

b)    b) Em linguagem formal

c)   c)  Em linguagem poética

TEXTO 3

Parece haver cada vez mais, nos dias de hoje, uma forte tendência a lutar contra as mais variadas formas de preconceito, a mostrar que eles não têm nenhum fundamento racional, nenhuma justificativa, e que são apenas o resultado da ignorância, da intolerância ou da manipulação ideológica. Infelizmente, porém, essa tendência não tem atingido um tipo de preconceito muito comum na sociedade brasileira: o preconceito linguístico. Muito pelo contrário, o que vemos é esse preconceito ser alimentado diariamente em programas de televisão e de rádio, em colunas de jornal e revista, em livros e manuais que pretendem ensinar o que é “certo” e o que é “errado”, sem falar, é claro, nos instrumentos tradicionais de ensino da língua: a gramática normativa e os livros didáticos.

Segundo o texto, os “programas de televisão e de rádio, colunas de jornal, as revistas, livros e manuais”...

a)    são úteis, pois apresentam um vasto repertório cultural.

b)    apresentam uma forte tendência a lutar contra as mais variadas formas de preconceito

c)    pretendem ensinar o que é certo e o que é errado no idioma.

 

 

 

 

Leia o texto de divulgação científica abaixo:

Pois é, junto com "de onde viemos e para onde vamos?", a pergunta "quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?" é um dos grandes mistérios da humanidade. Apesar de o senso comum dizer que o ovo veio primeiro, há cientistas que afirmam que foi a galinha que surgiu antes de botar o ovo. Pela teoria da evolução de Charles Darwin, uma espécie evolui de outra, mais primitiva. As aves, galinhas inclusive, vieram dos dinossauros, que já colocavam ovos. Os animais cujo embrião se desenvolve dentro de um ovo são chamados de ovíparos - no grupo também estão os peixes, anfíbios, répteis, monotremados, insetos, moluscos e aracnídeos. Por meio de mutações, uma espécie acaba gerando "filhos" de outra espécie, ao longo dos anos. Assim, os "pais" da galinha, animal doméstico que tem o nome científico de Gallus gallus domesticus, colocaram um ovo que já tinha um pintinho com o DNA da galinha dentro. Por isso, o ovo teria vindo primeiro. Já por outra linha de raciocínio, uma pesquisa das universidades inglesas Sheffield e Warwich, de 2010, afirma que a formação da casca do ovo da galinha depende de uma proteína que só é encontrada nos ovários deste tipo de ave. Deste jeito, o ovo só poderia ter vindo depois da galinha.

A partir do argumento de que o ovo veio primeiro do que a galinha, já que os dinossauros, seus precedentes, botavam ovo, assinale a alternativa que contém um contra-argumento:

a)    a)  “Os animais cujo embrião se desenvolve dentro de um ovo são chamados de ovíparos - no grupo também estão os peixes, anfíbios, répteis, monotremados, insetos, moluscos e aracnídeos”.

b)     b) “Por meio de mutações, uma espécie acaba gerando "filhos" de outra espécie, ao longo dos anos”.

c)    c)  “[...] a formação da casca do ovo da galinha depende de uma proteína que só é encontrada nos ovários deste tipo de ave. Deste jeito, o ovo só poderia ter vindo depois da galinha.

 

Até a esquina (Luís Fernando Veríssimo)

Um dia ele disse que ia na esquina comprar cigarro e desapareceu.

Não é força de expressão, sentido figurado ou piada. Ele disse exatamente isto. “Vou ali na esquina comprar cigarro”…E ficou dez anos desaparecido. Há algum tempo, reapareceu.
Bateu na porta, a mulher foi abrir, e lá estava ele. Dez anos mais velho, mas ele. Quieto. Sem dizer uma palavra.

A mulher despejou sua revolta em cima dele. Seu isso! Seu aquilo! Então você diz que vai na esquina comprar cigarro e desaparece? Me abandona, abandona as crianças, fica dez anos sem dar notícia e ainda tem o desplante, a cara de pau, o acinte, a coragem de reaparecer deste jeito? Pois você vai me pagar. Fique sabendo que você vai ouvir poucas e boas. Essa eu não vou lhe perdoar nunca. Está ouvindo? Nunca. Entre, mas prepare-se para…

Nisso o homem deu um tapa na testa, disse:

– Ih, esqueci os fósforos.

 

Questões:

1)      O texto fala do marido que disse que ia até a esquina comprar cigarros e desapareceu por 10 anos. Qual a reação da mulher quando ele reaparece?

2)      A texto acima trata-se de:

a)       Um conto

b)      Uma crônica

c)       Um poema

d)      Uma notícia de jornal?

3)      Você achou o texto engraçado? O que faz com que as pessoas deem risada ao lê-lo?

4)      Se você tivesse que produzir um tik tok a partir desse texto, quais fatos você usaria para que ele continuasse engraçado? Divida o texto em pelo menos 3 cenas (acontecimentos)

 

 

sábado, 8 de maio de 2021

ORIENTAÇÃO DE ESTUDO (Profª Vanessa)


A. Para entender o que se lê e o que se ouve: grifando e tomando nota para destacar o essencial

Um dos procedimentos que permitem o resgate das informações centrais (ou principais) do

texto, de forma rápida e efetiva, é o grifo. Grifar um texto pode parecer, à primeira vista, uma ação

simples, mas não é; ao contrário, requer o emprego de uma série de estratégias, entre as quais o

estabelecimento de um objetivo de leitura e a seleção das informações centrais.

Quando se grifa um texto, a intenção é destacar passagens consideradas importantes ou que

demonstram como é a organização do texto. Fundamentalmente, o que determina o que será grifado é o objetivo da leitura. Se a busca for de informações específicas, apenas elas serão grifadas;

por outro lado, se a busca for das ideias centrais e das relações entre elas, passagens mais longas

serão grifadas. Tanto em um caso quanto no outro, antes de grifar, é recomendável ler o texto

inteiro ou um trecho maior dele, a fim de compreendê-lo e derivar sua organização. Na segunda leitura, valem alguns cuidados:

a)     Não grifar parágrafos inteiros ou trechos muito longos. Se a intenção dos grifos é destacar,

eles precisam ser usados criteriosamente e o resultado deve garantir o resgate rápido daquilo

que é, verdadeiramente, importante.

b)     Considerar que nem todos os parágrafos trazem informações relevantes e/ou inéditas. É

importante buscar perceber se não se trata de paráfrases (outros modos de dizer) de uma

mesma ideia ou mesmo exemplificações, simplificações ou detalhamentos de uma ideia já

apresentada e explicada.


Atividade: Destacando informações em função dos objetivos

è Leia o texto e responda as questões que seguem:

ENTENDA O QUE É O ATIVISMO BLACK BLOC PRESENTE NAS MANIFESTAÇÕES
Adeptos da estratégia anarquista Black Bloc (bloco negro) estiveram em diversos atos pelo Brasil na recente onda de protestos. Nesta quinta-feira (11), foi possível vê-los nas ruas da zona sul de São Paulo na manifestação que ocorre no Rio de Janeiro.

Os grupos se caracterizam por usar roupas e máscaras negras cobrindo o rosto, para dificultar a identificação por parte de autoridades. O vestuário também cria uma sensação de conjunto e união entre si.
A ideologia
Black Bloc se baseia no questionamento da “ordem vigente”. Eles se manifestam contra o capitalismo e a globalização. Suas ações promovem o dano material a fachadas de empresas multinacionais e vidraças de bancos, por exemplo. Por esse motivo são geralmente associados à violência e depredação. Acabam, na maioria das vezes, entrando em confronto com a polícia.

O ativismo Black Bloc tem origem na Alemanha, na década de 1970, e seguidores em diversos países. Não
é, entretanto, um movimento de organização única. Em uma mesma manifestação, por exemplo, pode haver grupos distintos, com organização e táticas diferentes.

folhapress. Entenda o que é o ativismo Black Bloc presente nas manifestações. 11 jul. 2013.
disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/07/1309858-entenda-o-que-eo-ativismo-black-bloc-presente-nas-manifestacoes.shtml>. Acesso em: 2 dez. 2014.

 

Situação 1: imagine que você queira definir o que é black bloc e se depara com o texto acima.
O que você grifaria para ajudar na formulação de uma definição?

Situação 2: A partir das informações grifadas, elabore uma definição sobre black bloc , de forma que as pessoas que não sabem o que significa possam entender.

terça-feira, 13 de agosto de 2019


Oração a Pedro (Sobre a tecnologia)
(texto de 2017)

É nesses dias de recaída da sua resistência que fico pensando o que fazer, onde eu tenho errado e se não há mesmo mais nada a fazer. Acertar ou errar quando se cria um filho são situações que vivem em uma tênue linha. Na corda bamba, como meu coração, que fica bambo quando você não está bem. Você não é de muito choro, e não fosse sua rinite praticamente não ficaria doente. A esperança agora nos veio em forma de vacina. Apostamos as fichas e um dinheiro que nem podíamos gastar para te ver bem. Mas pouco importa, pois de tudo o que o dinheiro pode comprar, nada me faria feliz se não fosse com/para você. Você é uma bênção. E fico pensando em que ponto dessa estrada eu parei. Em que coisas ou situações ainda penso estar em falta e qual é o motivo de eu ainda transferir as faltas alheias para mim.
Eu sei com convicção que nos bastamos. Sei do meu amor e o quanto ele é grande. Não sei a medida certa do amor das outras pessoas, mas sei que você é amado o suficiente, que tem e sempre terá tudo o que precisa para crescer feliz. A felicidade é tão simples, tão absurdamente simples, que o que temos, nós dois, não precisa de exposição. Não precisa de posts, nem de ganhar “likes” nas redes sociais. Não há culpa, há calma e serenidade. Isso é ser feliz.
O costume às tecnologias tem sido tão comum e social nos últimos anos, que sucumbimos a ele. Tenho refletido muito sobre isso, sobre essa necessidade desnecessária que as pessoas andam tendo de expor suas vidas. Devo ter exagerado várias vezes. Mas sei que o amor que temos é sempre maior do que toda essa ilusão.  E, não bastasse as fotos, há também os escritos. É que a sua mãe, meu filho, tem uma necessidade estranha de escrever. Quer rimar, quer colocar no papel algo que toque as pessoas. Quer entender as coisas que vivemos através dessa escrita. Quer reconstruir, reviver, recriar, curar as dores e experimentar sabores escrevendo. Você tem sido meu melhor tema, meu mote preferido, o amor mais puro. Escrever sobre você é acertar sempre. Longe desses estrelismos desnecessários para o que realmente importa em nossas vidas, peço que me perdoe se, ao crescer, achar isso tudo muito sem graça: “Credo, mãe. Que mico!”. Mico, ou qualquer outra gíria “da moda”, vai saber. Essa inclusive já está ficando ultrapassada.
De qualquer forma, é sempre incrível quando constato que o nosso melhor flash é a luz do abajur que te encaminha para o sono, ou a luz do sol sob o qual você corre e descobre o mundo e as cores. Quando te abraço e criamos nossas acrobacias ou organizamos nosso show particular de instrumentos improvisados, nos transformamos em verdadeiros astros. Essa é a melhor (e real) vida que existe no mundo.

GRATIDÃO 

Graça genuína
Gratuita
Coração à mostra
Em gestos de amor
Na dor do irmão
E nas graças que me dão

Vanessa Zordan 


Fragmentos da infância

Vesti-me daquela música, máquina do tempo
Fita cassete, disco de vinil
Voltei ao passado num piscar de olhos
Quando eu vi estava de novo ali
A casa dos tios/padrinhos
O violão azul
A maionese
O doce de gelatina
Elástico, bonecas, bolinha de sabão com caules de mamona
(a tia os cortava, e essa era a graça)
Dormia na casa dela no final de semana
Para brincar com a prima.
O coração doía de deixar a mãe
Mas doía também se não fosse ver a tia.

Tinha vontade de ser elas (tia/mãe)
As duas com suas roupas brancas de hospital
Era o tio também que me comprava os doces que eu gostava
E nos levava à matinê do carnaval ou ao circo/parque
Aventuras no fusca vermelho, que senti tanto quando ele vendeu.

Ontem foi dia dos pais, e voltei ao passado
Num tempo em que tudo queria, mas nada podia
Hoje tudo posso, e pouco quero
Contradições da vida adulta...

Vanessa Zordan

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Um gatilho

Um gatilho é início
Quase nunca meio
(só quando for um meio)
E sempre um fim

Que um gatilho nunca ameace
Que seja somente a interface
Entre a vida e um sonho
Engatinhemos!

quarta-feira, 17 de abril de 2019

Claridade

É manhã clara
O sol avança em meio ao quintal
Toma partes da casa
Chega aos cachos do menino
Que brinca alegre mundo imaginário

Já é tarde e, a tesouradas frenéticas e profissionais,
Os cachos se foram. Não era minha vontade...
Mas o sol permaneceu
Para sair de cena à sua hora, como toda uma vida
Deu espaço à noite branda
E suas ausências.

Sinto falta dos cachos entre meus dedos na hora de dormir
E de coisas que também escorreram pelos dedos
E que talvez não voltem mais.

Sigo à penas
Caminho, apenas
Existo, só.

Vanessa Zordan

quinta-feira, 14 de março de 2019


Luto

Hoje uma das poesias que me impulsiona
Está de luto
Hoje a ficha caiu
Ontem muitos afazeres e um grande pesar
Mas hoje a ficha caiu de fato
Uma tragédia sem precedentes
E o sentimento de impotência me assola
Quem vive e respira o dia a dia da educação
Sabe bem sobre o que estou falando
Quem não vive deveria saber
A escola é nosso segundo lar
Quantas coisas passamos lá?
E seus profissionais, quantas vezes choraram e choram
Ao saber da realidade de seus alunos
Da negligência, da falta de educação e acolhimento
Pela qual muitos passam todos os dias
Onde falhamos?
O que temos que mudar?
Qual caminho seguir?
Várias crianças mortas, tantas outras feridas.  E seus pais?
E essas crianças assassinas?
O que eu faço para que outras não sigam esse caminho?
E você? Faz o que?
Nossa sociedade faliu...tudo desmorona a cada instante
E eu me desfaço feito pó de giz
De uma lição não dada...

Vanessa Zordan 

#lutopelaescoladesuzano

quarta-feira, 13 de março de 2019


Cavalo Marinho

Não me prenda ao mar
Não sou tesouro naufragado
Não me solte demais
Queda livre também mata passarinho
Sou cavalo marinho
Livre no oceano, mas cercada dele.


Vanessa Zordan

Minicontos

#casadasletraspenapolis


I
No fim de semana ela viu o amor se dissolvendo. Era o último beijo, só ele não sabia ainda.

II
Vendo um amor que não vingou, ou troco por uma TV com Netflix. Parcelo em 3 esperanças, se preciso for.

III
Na encruzilhada entre um caminho e outro, ela resolveu ficar. Não queria outro “quase”.


Vanessa Zordan

segunda-feira, 11 de março de 2019

Um café

Venha cá, meu amor
Não desista de mim
É uma questão de fé
Te faço um café.
Um dia a mais para
Uma saudade a menos
Do que ainda não vivemos

Vanessa Zordan
Bandeira

Você deu bandeira, amor
Quando me viu entrando na Avenida
Seus olhos nus me disseram que sim
Que eu sou o amor da sua vida
Não adianta querer disfarçar.

Deixe o orgulho de lado, meu bem
A avenida precisa de nós
Quando passarem tantos carros a sós
Sem um grande amor que os impulsione

Não adianta dizer que não
Eu vi nos seus olhos e eles não mentem
Não para mim.
Eu vi tudo o que você tenta esconder

Você pode até tentar me esquecer
Só tentar
Mas na sua vida eu sei que vou ficar
Eternamente qual você na minha
Você deu bandeira, amor!

Vanessa Zordan


Ele é


Ele é TEA. Ele é. Não sei se é ou se tem TEA. De tudo que já li e estudei, ainda não sei definir. Mas pouco importa, ele é. Ele tem. Ele é TEA 

TEA: Transtorno do Espectro Autista. 
Hoje finalmente soube que ele é de fato. 
A suspeita acabou, e caiu sobre nossas cabeças a verdade do diagnóstico. 
É fato, meu filho é autista.
Ele é.
Ele é meu filho amado, meu grande amor, aquele presente que Deus me deu para me ensinar a refinar meu olhar para a vida, para as conquistas diárias e para a valorização de um simples abraço
Ele é aquele que me ajudou a definir meu propósito de vida
Ele é quem vai me ensinar a traçar metas e atingi-las sem esmorecer, pelo objetivo maior de vê-lo bem e o mais feliz possível
Ele é o menino que me fez conhecer pessoas incríveis pela suspeita de ele ser TEA, e que me fez receber generosidade e ser generosa com outras mães, troca multívoca e aquecedora de corações
Ele é quem me ensina a tocar o coração do outro, a impactar a vida de alguém
Ele é quem faz de um simples passeio uma oportunidade para as mais incríveis estratégias
Ele é capaz de unir muita gente em torno desse amor que ele desperta
Ele é música, som e movimento
Ele é cor, riso e alegria
Ele é temperamento forte e opiniões próprias. É teimosia 
Ele é de um pensar coisas que eu jamais pensaria
Ele é arteiro, amoroso, carinhoso
Ele é perfeito, inteligente e sagaz
Ele é tudo isso e muito mais
Ele é...
Ele é TEA
É meu anjo azul
É minha gratidão e amor e medo e desespero e força que não sei de onde vem para ser uma mãe especial, de um filho tão incrível, confiado a mim, e que me escolheu. 
Ele é único. Não por ser TEA, mas por ser ele, e por ser eu, e por estarmos aqui um para o outro e esse amor se multiplicar a cada dia. 
Ele é...agora eu sei
Ele é...eu sempre soube
Obrigada, meu Deus! 

Vanessa Zordan

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Vida 


O céu está lindo hoje!
Que ele amanse os dias
Neste verão quente
Que as coisas fluam 
E façam sua própria rota
Que a vida seja mais do que existir somente...

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Oração para Pedro (sobre o que realmente importa)



Não sei mais pensar minha vida antes de você. Parece até que ela nunca existiu. Foi preparação para o agora. O melhor é agora. O agora e o que virá. No passado ficaram algumas saudades, outros esquecimentos menores sobre o que eu achava que era importante. Coisas ou pessoas que eu pensava que fariam falta. E agora, velando seu sono fora de hora e ansiando seu olhar para encerrar o dia, vejo que nos bastamos. 
Os meus dias de sol são mais bonitos, os chuvosos menos tristes e melancólicos depois que você chegou. O dia é sempre uma descoberta. A noite é sempre um aconchego. A semana é sempre a espera pelo fim do dia. A saída do trabalho é sempre ao seu encontro, feliz feito criança. Os finais de semana são sempre nossos. Para a preguiça ou para a agitação, nossas mãos estão dadas. Meu apoio é para os seus passos, para as suas brincadeiras. Brinco também, rio, canto. Desespero-me às vezes, pelas coisas que parecem não ter solução. A solução é o amor. Nosso amor é sempre sublinhado. Em nome dele percebo que tudo tem jeito. Que há coisas que não acabam, apenas se modificam. Outras que acabam sim (ufa!), mas recomeçam, revivem, revigoram-se. E outras que nascem, pois há sempre algo a nascer. 

No seu olhar vejo a semente para o novo. A força para as mudanças. A graça das oportunidades. No seu sorriso paira a eternidade. Eternizo-me na semente que soube plantar e agradeço a Deus pela oportunidade não premeditada de fazê-lo. 

Que Deus abençoe você. Você será todo o meu melhor. Filhos são como os pais, só que melhorados. Que eu saiba melhorar você mais e mais, se é que isso é possível. Porque sempre foi você. Exatamente você. Outro não caberia. Mesmo antes de conhecer você, eu já o conhecia. Meu amor a cada dia cresce. Como seus pés crescem e já não temos sapatos. Como suas pernas crescem e já não lhe cabem as calças. Como os braços descobertos pela blusa que não serve mais. Por todas as roupas que irão vestir outras crianças, pois você cresceu. Por toda gratidão, por todos os abraços que damos e recebemos das pessoas. Abraçamo-nos, e assim nos renovamos. Assim nos amamos. Tudo é uma grande expansão. Que nosso território sempre se renove, como o céu e suas estrelas. Amplitude.

Vanessa Zordan

terça-feira, 21 de junho de 2016

Novos parágrafos

  • Hoje estou cansada. Cansei de competir comigo mesma e perder. Cansei de querer chegar à frente de mim mesma. Compito sozinha. Computo minhas dores, meus amores, corro atrás de um tempo que já passou, de um tempo que não tenho mais, e de um tempo que virá. Por isso ando exausta. Por querer definir o indefinível. Preciso despregar-me do desnecessário de saber as respostas para o que não consigo sequer definir as perguntas. Preciso de outros horizontes. A água que molha a terra um dia volta para a nuvem, e para isso se condensa, se renova para aparecer fresca e cheirosa. É disso que preciso agora, desse frescor renovado. Renovação. Renovar a ação e deixar que ela cuide do que é velho em minha vida. O velho em nossas vidas é todo aquele ou aquilo que ficou. Que não permitimos partir. Que não permitiram que nos deixasse. Não quero renegar o velho, ao contrário. Quero voltar à casa de tudo que é velho com vaso em mãos de flor que cultivei em meu próprio jardim. Quero continuar amando, mesmo que doa. Mesmo que às vezes precise dar a outra face à surra. Amor não envelhece, o que envelhece são algumas formas de amar. Mesmo que velho o amor o é, e por ser amor, há sempre que se agradecer. Por poder amar, há sempre a dádiva da vida. Pela dádiva da vida há sempre gratidão. Pela gratidão, há sempre o peito aquecido. Pelo peito aquecido, há sempre um sorriso no rosto. Pelo sorriso no rosto há sempre a leveza que procuro. Mesmo exausta, não me canso de amar, dessa bagunça organizada que inventei, que não deixo ir, que não deixam que vá... a vida é tão curta. A vida é rara. A vida passa. Eu tenho ficado. Espero e tenho esperança no amor que tenho e, sobretudo, no amor que posso ter...mas hoje estou cansada. Hoje começo novos parágrafos em meus textos... 


  • Vanessa Zordan


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Calendário


Inverno, fim de tarde
O carrinho não lhe cabe nas mãos 
Quer segurá-lo, mas facilmente vai ao chão
Há tanta beleza nas suas tentativas frustradas
Nos seus surtos de teimosia insistente
Que mal vejo o tempo que passa
E quando me dou conta chega a primavera
Enche de cores a nossa janela
E as suas investidas para novas descobertas

Já é verão e descubro que há tempos
Suas mãos com o carrinho já tiveram êxito
E por hora se ocupam de outro brinquedo
E mais outro, e depois se movem pelos cantos da casa
A buscar brinquedos em forma de objetos proibidos
Oriento cheia de um amor que nunca imaginei sentir
Proponho novas brincadeiras, outros obstáculos.

É fim de tarde outra vez...
Abro um calendário que parece nunca ter existido
Tão rápido foi desfolhado pelo outono do tempo
Meu menino cresce.

Vanessa Zordan

domingo, 9 de novembro de 2014

Singular


Meu bem
Logo você vem
Logo você chega
Você já está
Vem para ficar,
E volta para ver
O que eu não sei enxergar
Vem para me ensinar a dizer
O que eu não sei dizer
E fazer, e sentir, e me dar
Vem para ser
O que já é, já foi e sempre será
Vem para me eternizar 
Na conjugação de amar
É você meu verbo
É singular.

Vanessa Zordan


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Estrada

Não, não é por ti
É por mim
E pelas escolhas que faço
Mas que enfeitas a estrada
Isso é fato.


sábado, 7 de junho de 2014

Resíduo



À Carla Tocchet (formadora do programa Ler e Escrever)

Não bastasse a audácia de se despedir, ela ainda usa o “meu” poeta preferido, junto com um dos seus (dele) poemas mais lindos e “meu” preferido como sendo ambos “seus” preferidos. Ela deixou com isso um buraco aqui dentro. Na verdade, ela deixou um buraco aqui dentro com a audácia de se despedir. Audácia é pouco, é eufemismo.  Mesmo que eu não estivesse mais...mesmo que eu já tivesse saído de cena, deixado o barco, um dos meus pés ainda estava na proa. Minha eterna proa, meu eterno barco do qual ela era uma das comandantes. Um dos meus grandes modelos.  Estive nesse barco por 6 anos, e o mar que naveguei com ela foi imensurável de se calcular...milhas e milhas de tempestades e pores de sol. Ajudou-me a ficar firme quando a única saída que me parecia mais plausível era desistir. Então eu recebia a dose mensal dos ensinamentos dela, desse feitiço que ela tem e que traz à tona a percepção de como proceder, de que é possível vencer os obstáculos na educação e de que não é tão penoso assim. Ou de que sim, é penoso, porém ela me abria as portas de um mundo novo, cheio de possibilidades para quem acredita, tem vontade e amor pelo que faz.
Por vezes ganhei seu jeito de fazer as coisas, suas expressões, “bacanisses”, neologismos que impregnaram – “De onde essa Carla tira essas coisas?” – e fizeram parte mim...na verdade, fazem parte de mim. Nunca deixarão de fazer parte de mim, da profissional que estou me tornando a cada dia, e de todos que tiveram o privilégio de viajar nesse barco.
Mas ela teve a audácia de se despedir... sabemos que não é um “adeus”, e sim um “até logo”. Sabemos também que o que ficou dela em cada um de nós será sempre ampliado, pois um formador de verdade é aquele que deixa seus pupilos em condição para caminhar sozinhos e de forma crítica. Ficaremos aqui, sem enxergá-la com os olhos, mas tendo a certeza de que seu brilho continua em nós, através dos conhecimentos que construímos juntas, e que fazemos questão de espalhar feito vento por aí.
As pessoas se eternizam pela intensidade com que se doam. O resíduo dela em nós já é eterno.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Chove



Eu vim mesmo para te dizer
Que a previsão do tempo diz que não chove
Mas ainda que eu ignore
Há chuva em mim
Sai o sol e fim
Sai o arco íris, enfim
O céu se abre, por fim
Mas a chuva não cessa
Chove, e eu tenho pressa
É certo que a previsão errou
Porém não me distraio  
Simplesmente vou

Estou sempre pronta!
E, se não estiver, sou.    

Vanessa Zordan