quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Diário de um dia vencedor! - III Jornada de Matemática (EE Luiz Chrisóstomo de Oliveira)



Eles começaram brincando. Ganharam uma, e se interessaram um pouco. Ganharam mais uma, e o interesse cresceu ainda mais. A professora insistiu nas atividades que eles tinham dificuldade. Cresceram. Cresceram nos saberes, na amizade, na cumplicidade e no trabalho em grupo. E quem diria, até aquelas que brigavam no começo do ano, agora eram amigas. Completavam uns aos outros. Talvez a melhor lição da Jornada de matemática para nossas crianças tenha sido essa: Parceria! Eles aprenderam que são nada sozinhos, aprenderam a respeitar uns aos outros, e a aprender uns com os outros. Até que perdemos uma parceira. Mudou de cidade e, conseqüentemente, de escola. Não pode mais, pela regra da competição, fazer parte da trupe. E como fez falta! Já na etapa que valeu a vaga para a grande final, não contávamos mais com ela. E, quando indagaram como fariam com um participante a menos, a resposta foi que eles não estariam sozinhos, pois o 5º integrante seria Jesus. Lutaram, foram guerreiros, insistiram! E não deu outra, venceram! Que alegria!
Preparativos, visitantes ilustres, jornais, torcida, ansiedade para o grande dia, com direito a torcida organizada e tudo! E ele chegou. Quantas coisas vividas! Ônibus, o 1º contato com uma cidade grande, 1ª viagem de metrô, hotel, elevador, sacada do hotel, rostinhos bobos com a imensidão de carros e de prédios, descobertas, botões, portas, interfone, elevador, elevador, elevador! Bagunça no corredor, acordando os vizinhos sonolentos, vida que sempre sonharam! Shopping, escada rolante, festa na Pink Biju, mais escada rolante, sorvete! Jantar, café da manhã, caminho do teatro, fotos! Crianças sempre certas (prestavam atenção em tudo e sabiam tudo!) e adultos quase sempre errados! “Não falei??” Ganhei filha e sobrinhos! Ganhei também dois dias inesquecíveis, que com certeza eles também nunca esquecerão!
Chegada ao teatro, encontro com os colegas de classe, euforia. Recepção, fotos, fotos, fotos! Preparativos, entrevistas, interação entre os grupos. Prontos, com camiseta, bermuda e tênis All Star. Atenção!! Começou!!
Porém, contrariando a mais forte lição para esses pequenos, a parceria, os organizadores da final da Jornada resolveram, não sei por que, realizar as provas com pontuação individual. E para eles, que contavam com um a menos, isso pesou bastante. Rostinhos preocupados, apreensivos. Mais uma vez à frente dos adultos, eles perceberam a desvantagem que teriam desde o começo, antes de nós. Mas mais uma vez, lutaram, foram guerreiros. Saíram perdendo, e chegaram a ficar em 3º lugar. Momento mais bonito, desafio sobre frações, crianças insatisfeitas com o resultado a que chegaram. Os outros grupos respondendo em fração, só o deles e decimal. Desespero. E ao sair o resultado, surpresa! Decimal também era aceito como resposta! Euforia, ânimo, corretores pulando nas cabines por ter havido um grupo que pensou diferente dos outros. Choro dos adultos na platéia. Mas mesmo assim, já era tarde. A reação veio quando não dava mais para eles. Porém, mesmo não conseguindo o 1º lugar, foram sim vitoriosos. Levaram o nome de nossa escola e nossa cidade muito longe, chegaram onde ninguém imaginava que chegariam. Venceram tantas coisas, aprenderam tantas outras. Orgulho, exemplo! Estão entre os cinco melhores do Estado, e se Deus quiser e permitir, e permitirá, ainda chegarão muito longe nesta vida! Serão felizes acima de tudo, e terão no estudo a base para uma vida melhor, aquela que eles merecem ter. Pode não ser igual a vida em um hotel de São Paulo, mas com certeza será cheia de realizações. Creio e desejo isso para eles e todas as nossas crianças!
Parabéns, queridos! Guerreiros que representam alunos da escola pública, capazes de realizar coisas e cheios do direito de as conseguirem! Parabéns, Eduarda, Gabriel, Leandra, Renata e Thamirez. Vocês são demais!!!

Vanessa Zordan 

Amizade


E foi assim, em mais um dia normal de estudante que ela me falou "oi", deixando uma impressão de pessoa simpática, sem tempo ruim. A via sempre, mas não tivemos uma aproximação maior. Éramos de salas diferentes. Mais tarde, que surpresa! Nos encontramos na faculdade, 1º dia de aula, naquela ansiedade de começar o curso, ver como era. Agitação de corredor, fomos juntas procurar nossas salas na lista de alunos, e mais uma surpresa! Caímos na mesma sala. A partir desse dia, iniciou-se uma grande amizade. No começo, eu sem fazer nada em dias comuns, discava sem querer o número da casa dela, que me atendia dizendo para que eu ligasse sempre que quisesse. Conversávamos muito tempo, a ponto de me ameaçarem tirar o telefone da tomada! E desde então, nossa amizade só cresceu. Fomos nós que começamos a moda de juntar as carteiras na sala de aula, e, acreditem, trabalhávamos melhor assim. Fazíamos uma dupla que se completava, que aprendia junto, que discutia seriamente a matéria e ao mesmo tempo fazia piada e trocadilhos com ela. Vivíamos juntas, tanto que as pessoas nos confundiam. A chamavam de Vanessa e a mim de Fernanda, e tínhamos que esclarecer aos equivocados quem era quem. Quando alguém via uma sozinha, automaticamente já perguntava onde estava a outra. Emplacávamos importantes e reveladoras conversas na esquina da facul, depois da saída. Filosofávamos nas voltas dos nossos passeios, no sagrado lanche comido aos domingos. Mas chegou o dia em que tivemos que crescer mesmo, prá valer. E fomos dar aula, iniciando um processo de crescimento e mudanças. Novas responsabilidades, e a velha amizade persistiu. Depois de um tempo, mais uma prova: a distância. Tive que ir embora, e ela me ajudou a viver este amargo que me acompanhou até pouco tempo, inclusive rezando por mim. Em certos dias de cansaço e desânimo, até deixei de viver com ela importantes momentos. De certo, a magoei por não ter ânimo de sair. Mas ela sempre esteve ali comigo, e apesar dessas vezes em que eu preferia ficar em casa, hoje posso dizer que minha amizade com ela é igualzinha a do começo. Carinho, admiração, respeito, e muito amor fraternal! Estamos aí, com a mesma capacidade de fazer piada das situações, pois driblamos os momentos difíceis e aprendemos a viver! Juntas! Fer, amo você, minha amiga!!
Beijo! - Escrito em 2008.

Vanessa Zordan 
 

***DEDICADO A FERNANDA NAVARRO


Quero mesmo e sempre acreditar que "não precisamos mudar de amigos, se entendermos que os amigos mudam."