sábado, 5 de janeiro de 2013

Dor da gente



A tristeza também pode ser alegre
E a felicidade, triste

Paradoxo? Não sei...
Só sei que hoje, particularmente
Há algo estranho em mim
Sentimento corriqueiro
Mas acrescido de mais ênfase
Mais ritmo, mais intensidade

A verdade me cobriu
Com o peso de uma pluma
E ela grita exatamente assim
Que a tristeza é alegre
E a felicidade, triste.

Não se assuste, menina!
Esse estado melancólico
É o mais bonito que se pode viver
É a vida e suas estradas e tropeços
Nela, você caminha inexoravelmente
Para além das sacadas, janelas e quintais

Ao caminhar perde-se um pouco,
Mas ganha-se muito mais
Às vezes o que se perde é imensurável
E o que se ganha, quase nada
O suficiente para reabrir as chagas
Que o caminhar curará um dia
E alimentar a roda da vida
Na qual bem lá no íntimo
É que se sabe que ela
Alegre ou triste
Tênue ou exacerbada
Passa... e deixa marcas

Como a dor da gente.

Vanessa Zordan

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