Hoje estou cansada. Cansei de competir comigo mesma e perder. Cansei de querer chegar à frente de mim mesma. Compito sozinha. Computo minhas dores, meus amores, corro atrás de um tempo que já passou, de um tempo que não tenho mais, e de um tempo que virá. Por isso ando exausta. Por querer definir o indefinível. Preciso despregar-me do desnecessário de saber as respostas para o que não consigo sequer definir as perguntas. Preciso de outros horizontes. A água que molha a terra um dia volta para a nuvem, e para isso se condensa, se renova para aparecer fresca e cheirosa. É disso que preciso agora, desse frescor renovado. Renovação. Renovar a ação e deixar que ela cuide do que é velho em minha vida. O velho em nossas vidas é todo aquele ou aquilo que ficou. Que não permitimos partir. Que não permitiram que nos deixasse. Não quero renegar o velho, ao contrário. Quero voltar à casa de tudo que é velho com vaso em mãos de flor que cultivei em meu próprio jardim. Quero continuar amando, mesmo que doa. Mesmo que às vezes precise dar a outra face à surra. Amor não envelhece, o que envelhece são algumas formas de amar. Mesmo que velho o amor o é, e por ser amor, há sempre que se agradecer. Por poder amar, há sempre a dádiva da vida. Pela dádiva da vida há sempre gratidão. Pela gratidão, há sempre o peito aquecido. Pelo peito aquecido, há sempre um sorriso no rosto. Pelo sorriso no rosto há sempre a leveza que procuro. Mesmo exausta, não me canso de amar, dessa bagunça organizada que inventei, que não deixo ir, que não deixam que vá... a vida é tão curta. A vida é rara. A vida passa. Eu tenho ficado. Espero e tenho esperança no amor que tenho e, sobretudo, no amor que posso ter...mas hoje estou cansada. Hoje começo novos parágrafos em meus textos...
Vanessa Zordan
terça-feira, 21 de junho de 2016
Novos parágrafos
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