Claridade
É manhã clara
O sol avança em meio ao quintal
Toma partes da casa
Chega aos cachos do menino
Que brinca alegre mundo imaginário
Já é tarde e, a tesouradas frenéticas e profissionais,
Os cachos se foram. Não era minha vontade...
Mas o sol permaneceu
Para sair de cena à sua hora, como toda uma vida
Deu espaço à noite branda
E suas ausências.
Sinto falta dos cachos entre meus dedos na hora de dormir
E de coisas que também escorreram pelos dedos
E que talvez não voltem mais.
Sigo à penas
Caminho, apenas
Existo, só.
Vanessa Zordan