domingo, 13 de fevereiro de 2011

Inconstante


Acordei querendo saber
Como funciona o amor.
Será que com todo mundo é assim?
Um dia eu quero,
No outro quero mais ainda,
Mas no próximo quero menos,
E na semana seguinte quero quase nada
Um issozinho assim.
E depois volto a querer,
Para mais tarde a vontade escapar de mim.
Me disseram que o amor
Mora mesmo no coração.
Mas não consigo entender
Porque ele não sai da razão.
Raciocina demais, mede esforços,
Poupa tempo, pesa tudo na balança.
Talvez a balança é que seja o coração.
Mas o meu é oco
Se faz de desgosto
E chega até o osso
Transcende a alma.
Dor física, falar que cala.
Tento rechear este oco de estrelas,
Que é para ver se dou jeito nesse martírio.
Mas elas são teimosas!
Quando capturo algumas por um lado,
As outras deslizam pelo outro, escapam do coração.
Não querem ficar presas, nasceram para brilhar.
E de lá de cima riem de mim.
Algumas, as mais fraquinhas, até se resignam
E ficam ali estáticas.
Pedem socorro
Precisam mais de mim
Que eu delas.
E com essas poucas estrelas
Insendeio meu coração de luz.
Mas a questão da inconstância
Continua intrincada...
Afinal, como funciona o amor?

Vanessa Zordan 

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