Então
me diga o que ficou. Quantas palavras bonitas você me disse, mas não
sustentou com ações. Quantas músicas, quantos poemas? Quanta
insensatez... Diga-me se há sentido, diga-me o que se salva? Não dá! Não
dá para me consumir e me queimar até virar graveto nesse fogo que não
faz sentido, e secar até os ossos, até o mais profundo desalento
produzido dia-a-dia, hora a hora, minuto a minuto, e que deságua na mais completa nulidade, no mais vil destempero, na mais
angustiante ignorância, causada pela dúvida e a falta de crença em mim,
em você, no mundo, no noticiário da TV e no anúncio do que se deve ter
ou fazer para ser de fato e definitivamente feliz. Não! Preciso de mim
tenra, e não seca. Inteira, e não aos cacos. Então me diga o que ficou.
Vanessa Zordan
Vanessa Zordan
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