sábado, 3 de novembro de 2012

Diga

Então me diga o que ficou. Quantas palavras bonitas você me disse, mas não sustentou com ações. Quantas músicas, quantos poemas? Quanta insensatez... Diga-me se há sentido, diga-me o que se salva? Não dá! Não dá para me consumir e me queimar até virar graveto nesse fogo que não faz sentido, e secar até os ossos, até o mais profundo desalento produzido dia-a-dia, hora a hora, minuto a minuto, e que deságua na mais completa nulidade, no mais vil destempero, na mais angustiante ignorância, causada pela dúvida e a falta de crença em mim, em você, no mundo, no noticiário da TV e no anúncio do que se deve ter ou fazer para ser de fato e definitivamente feliz. Não! Preciso de mim tenra, e não seca. Inteira, e não aos cacos. Então me diga o que ficou.

                                                                                                                                        Vanessa Zordan 

Nenhum comentário:

Postar um comentário