sábado, 3 de novembro de 2012

Não é meu


Olho para você
E te imagino em casa
Bermuda e chinelo

Todo descolado
Em contraste com seu jeito sério

Olho para você
E te imagino na rua
Vida agitada
Ou programas habituais
Um cinema, um chopp
Livraria, exposição
Futebol ao cair da tarde
Meu lema, pedra da sorte
Pregada no pescoço
E no gosto por seu tipo

Olho para você
E imagino sua voz
Leve e calma
A arrepiar a pele quando penetra
Qualquer ouvido cristão
O meu então...
Pura febre!

E chego a adivinhar
O que sua boca dirá
Misto de palavras doces
E despropósitos intermitentes
Febre outra vez
De te imaginar por perto
De te encontrar de súbito
De te contemplar mudo
E ouvir o que seus olhos dizem

E o que virá?
Virá ou viria?
Ou não virá?
E eu veria?
Me serve?
Me servirá?
Ou não serviria?
Se é meu número
Meu abadá
Minha causa
Meu dilúvio
Transborda meu mar
Mas não é meu.

Ou será?

Vanessa Zordan 

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